o que a gente leva da vida, é a vida que a gente leva

Parece que à medida que o tempo passa, tudo vai se acertando. A gente vai se acostumando com a nova forma de viver, com o novo jeito de levar a vida, e segue assim. Sempre aprendendo com oserros, com as quedas. Apesar de estar muito cansada ultimamente, estou feliz. Eu quero viver, eu quero sorrir, quero conhecer o mundo. Por mais que o céu esteja nublado e o dia esteja cinza, eu quero tentar enxergar as cores da vida. Porque aprendi que nenhuma dor é eterna e não vale a pena sofrer incansavelmente. Tenho sede de carinho e fome de sorrisos. Só eu sei quem eu sou, apenas eu sei até onde eu posso ir, até que ponto consigo suportar. Juro, nunca desejei mal para ninguém e sempre tento dar o meu melhor, por mais que seja daquele jeitinho torto e estranho… E agora, a gente reconhece quem são aqueles que se foram, os que permaneceram e começamos a sonhar com aqueles que ainda estão por vir… E se ninguém aparecer? Não tem problema, a gente inventa uma maneira de driblar a solidão. Porque agora, não tem essa de “preciso-de-alguém-ao-meu-lado-toda-hora”. Quer vir comigo? Vem. Não quer? Tudo bem. A melhor companhia pra mim sou eu. Parece narcisismo, mas não é. Já chega de tentar agradar a todos, já chega de sorrir pra qualquer pessoa. Antes de amar alguém, eu quero me amar primeiro. Quero resolver os meus problemas, quero consertar os meus erros, quero enxergar meus próprios defeitos (e não são poucos!) para depois tentar ajudar alguém. Estou aqui para me superar, para ultrapassar minhas limitações e me vencer a cada dia. Quem quer competir comigo, perde seu tempo. Não quero me tornar uma pessoa mórbida, amargurada, rabugenta. Saí daquele poço de escuridão há pouco tempo, e ainda estou me acostumando novamente com a luz do sol. Nem sempre o mundo é nosso amigo, é verdade. Mas é isso que faz a gente crescer. A dor, a lágrima, o sofrimento, tudo isso é necessário. Não dá pra ser feliz o tempo inteiro. A felicidade é momentânea, ora está ali, impregnada na sua alma, ora está saindo pela porta do quarto, sem sequer dizer “adeus”. Vou levando a vida como uma caixa cheia de surpresas, na esperança de sempre me surpreender com o que estar por vir. Eu, que por tanto tempo zelei pelo bem-estar de tanta gente, que tanto aconselhei, que tanto ajudei, que tanto me preocupei, não me importo mais. E peço, humildemente, àqueles por quem fiz tanto no passado, que por favor, me evitem. Não falem comigo, não olhem sequer no meu rosto. Sim, isso é um apelo. Se você acha que me interesso por sua vida, está muito enganado (a)! Eu simplesmente deixei de ser idiota. Só isso. E hoje, quero ficar perto daqueles que gostam de mim, que torcem pelo meu sucesso; por mais que sejam poucos, sei que é de verdade. E não falo só de amigos, falo de familiares, vizinhos… Nunca obriguei ninguém a gostar de mim. Permanece ao meu lado quem quer. Ninguém é obrigado a aguentar os meus caprichos e as minhas bobeiras. O meu jeito de ser te desagrada? Sinto muito, mas eu não vou mudar por ninguém. Quero agradar a mim primeiro, e quem sabe tentar melhorar por alguém que mereça. Posso até não concordar com muita coisa, mas respeito é algo que aprendi desde o berço, e me esforço o máximo para praticá-lo. Nunca quis impedir a felicidade de ninguém, pelo contrário, sempre desejei o bem para todos, por mais que alguns desejassem a minha derrota. Lamento, mas é necessário mais que uma simples conspiração para me derrubar. Eu, que tanto implorava e chorava e pedia e suplicava para as pessoas ficarem, hoje grito para que todas elas sumam da minha vida! Hoje, eu só quero aproveitar a vida. Quero cuidar do meu viver, quero me descobrir, quero me conhecer… Quero sentir o calor do sol, quero dançar com as gotas da chuva, quero sorrir para os desconhecidos da rua, quero escutar as melhores músicas, quero ler um bom livro. Apesar de todos os compromissos e responsabilidades que me são destinados, eu gostaria de aproveitar o meu tempo por aqui, como se cada dia fosse o último. Afinal, “o que a gente leva da vida, é a vida que a gente leva.